A campanha abolicionista na Grã-Bretanha foi iniciada pela Sociedade Religiosa dos Amigos. Os quacres acreditam que todas as pessoas são criadas iguais aos olhos de Deus. Neste caso, como pode uma pessoa ser considerada uma propriedade da outra? A oposição quacre inicia-se em 1657, quando seu fundador, George Fox, escreveu para os quacres de outras partes do mundo que tinham escravos indígenas e negros para lembrar-se da crença quacre de igualdade. Ele depois visitou Barbados. Na sua pregação, exigiu um melhor tratamento para pessoas escravizadas, sendo o texto publicado em Londres em 1676 sob o título de Ordem da Família do Evangelho. Segundo Fox:
"Agora eu digo, se essa fosse as vossas condições [de escravidão], vocês pensariam que é uma medida difícil, sim, e uma grande crueldade. E, portanto, considerem seriamente isso. Façam vocês por e para eles [escravos] como vocês gostariam que fizessem para si mesmos ou outro qualquer fizessem para vocês se estivessem em uma condição de escravidão."
Por volta de 1727, os quacres começaram a expressar sua oficial desaprovação do comércio de escravos e sugeriram reformas. Em meados de 1750, um grande número de quacres nas colônias americanas começaram a se opôr a escravização. Eles visitaram proprietários de escravos e pressionaram autoridades inglesas para a ação. Em 1761, os quacres tinham visto a abolição como um dever cristão e todos os quacres, dos dois lados do Atlântico, eram impedidos de possuir escravos. Todos os membros que não se conformaram eram censurados.
Em 1783, a reunião anual "Sociedade Londrina dos Amigos" apresentou uma petição contra o tráfico de escravos, assinada por quase 300 quacres, ao Parlamento. Em seguida, eles decidiram criar um comitê formal para refletir sobre as ações do comércio de escravos, bem como um grupo informal de seis quacres, que foi pioneiro no movimento abolicionista britânico. Mais tarde, eles decidiram formar um grupo pequeno, aberto a todas as denominações, para obter maior apoio anglicano e parlamentar.
O preconceito na Grã-Bretanha contra dissidentes religiosos implicava na ideia de que o comitê não estava ganhando atenção pública e os quacres eram impedidos de representar o Parlamento. O novo comitê teve nove membros quacres e três anglicanos evangélicos, o que fortaleceu a influência do comitê. Os anglicanos que co-fundaram o comitê foram Granville Sharp, Thomas Clarkson e Philip Sansom. Os membros do quacres foram: John Barton, William Dillwyn, George Harrison, Samuel Hoare Jr., Joseph Hooper, John Lloyd, Joseph Woods Sr., James Phillips e Richard Phillips.
Os quacres continuaram a trabalhar para o movimento e fornecer apoio financeiro ao longo da campanha. Eles desenvolveram muitos conhecimentos de campanha através da luta por seus próprios direitos. Suas habilidades organizacionais foram importantes para o sucesso da campanha, proporcionando uma rede de contatos em todo o país que ajudou a iniciar o suporte local.
O americano, William Southeby, que, em 1696, exigiu a proibição de propriedade e importação de escravos (continuou a publicar ataques contra escravidão até sua morte em 1720); John Woolman que, em 1754, publicou um dos primeiros traços que se opõem à escravidão; James Wright de Haverhill, um dos primeiros empresários britânicos a se recusar a vender açúcar processado por escravos. Depois, havia Sophia Sturge que solicitou para 3.000 famílias que não comessem o açúcar cultivado por escravos. A Sociedade Britânica e Estrangeira contra a Escravidão (BFASS), fundada em 1839 por Joseph Sturge, ainda sobrevive hoje como Anti-Slavery International.